sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Palavras de um grande mestre...

Prof. José Henrique de Faria

  • Ponto de partida: o sujeito coletivo, que só se constitui como tal, quando provê as formas de sua sobrevivência, quando cria valor na produção das condições materiais de sua existência, quando constitui trabalho.
  • Objeto: organização tem que ser "concreta", tem que ter materialidade e que está no mundo capitalista.
  • Estado: forma como a sociedade se organiza (não é governo, não é partido).
  • Nossa tendência é colocar as coisas no institucional, mas estão nas estruturas, na base. As mudanças só se dão pelas bases.
  • Hoje, temos o capitalismo flexível - estado. Não existem empresas socialistas num estado capitalista. O estado se interessa em colocar dinheiro no capital. Não por saúde, educação, etc.
  • Ninguém é economicamente excluído do capital, mesmo desempregado, o indivíduo consome.
  • A única ética do capital é o lucro, objetivo da organização. Não existe o "eticamente sustentável".
  • Capitalismo - competente, mas há uma resistência, a contradição vai ficar evidente. O capital vai impor sua síntese. É preciso transcender as fronteiras da empresa - os canais externos (sindicatos deveriam ser os instrumentos) estão desaparecendo.
  • Lógica da perversidade da organização - a organização política é desorganizada, sem projeto social, sem direção, é deficiente.
  • O que fazer? "Mínimo de humanidade". 
  • Organizações tem um sistema perverso, são predadores. O importante é saber "a regra do jogo". Desta forma seria possível realizar alguma humanização, trabalhar com as pessoas a crítica, para mudar. E porque se muda? Pq não se está contente com sua realidade.
  • PENSAMENTO DIALÉTICO - maior dificuldade entre os profissionais. A unidade é dos contrários. A síntese não se dá na luta dos contrários.
  • Psicossociologia (predadores - o que não é dito em um discurso?).
  • Psicodinâmica (o indivíduo foi afastado do trabalho - sofrimento no trabalho).
  • A psicossociologia e a psicodinâmica não pretendem ser uma só disciplina, mas podem ser articuladas complementarmente, mantendo suas propriedades.
  • E como conviver com as disciplinas cartesianas?  O sujeito que produz suas condições de existência, deve analisar as coisas dialeticamente (?????)
  • ECONOMIA POLÍTICA DO PODER (Volumes 1, 2 e 3).


I Jornada Internacional de Práticas Clínicas no Campo Social (Maringá) - III


Profa. Jaqueline, Prof. Gaulejac e Jean Michel


  • O humano "se nega" como humano. Utilitário, instrumental. Paradigma funcionalista: contra o que é humano.
  • Contradições: coração e mente em conflito. Na sociedade, os conflitos são considerados disfuncionais, mas são tentativas de resposta à exploração.
  • O "homem econômico" responde a interesses R$R$R$R$.
  • Social é afirmar que o bem que possuímos forma as bases às ligações sociais com a obrigação de receber e tornar acessível.
  • GRATUIDADE <--> LÓGICA DA PRODUÇÃO.

I Jornada Internacional de Práticas Clínicas no Campo Social (Maringá) - II


Dia 04 de novembro de 2010. 

Profa. Jaqueline Barus-Michel 
  • Ego ideal = lar narcísico. Memórias, fantasmas, imagens do passado, futuro - imaginário simbólico.
  • Transformação da realidade - desejos compartilhados.
  • Eu = sujeito do ego.
  • Sofrimento no trabalho = renunciar a si próprio. Quem sofre tem dificuldade de dar sentido ao seu trabalho.
  • Alto risco de violência. O assédio é aspecto natural.
  • "Os outros": mundo exterior, fonte de reconhecimento mas tb de frustração. Dualidade amor-ódio.
  • "O outro": pode ser figura protetora, mas tb restritora. Reprime o desejo. Sansão castradora.
  • "O outro": família.
  • "O outro": rivalidade, dominações, jogos --> treinamento para a vida social.
  • "O outro": indispensável para a consciência de si. Limita a ilusão de onipotência: "VOCÊ ME ENSINA PORQUE EU NÃO SOU TUDO".
  • O estranho - maravilhoso corpo do outro.
  • Ambivalência forja guerras. Concorrências, implicam uma terceira pessoa (o "outro" somente, não basta).
  • "Pai amado","chefe amado", realidade de trocas que conta com a figura do terceiro. Evoca a lei, tb o reconhecimento, organizando as posições.
  • O essencial acontece no registro afetivo. Ex: olhar social, relação dual, casamento, etc.
  • LAÇO SOCIAL - incontornável, inerente da espécie. O psíquico se transpõe ao social e ao político.
  • Primeiras pulsões de vida: união organização (levam aos excessos do idealismo utópico); Segundas pulsões: violência, exploração, restrições da prática.
  • A lei fundamenta a unidade --> proíbe a destruição, matar e comer o semelhante.
  • Explorar é consumir.
  • CHEFES: predadores de uma função, garantia de dar conta do poder limitado na sua ambição; pessoa idealizadas (amada ou odiada) - "paradoxo do laço social".
  • Mesmo nos piores períodos, os laços sociais não desaparecem. Há sempre solidariedade, que resiste.
  • O homem é um animal político, animado pela vontade de debater o modo de vivência dos seus semelhantes.
  • "A imobilidade é a morte" (Jaque).
  • É preciso falar das diferenças, restaurar o "político", dimensão que faz funcionar as leis, etc...".