quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sobre a precarização do trabalho (versão parcial)

De acordo com Alves (2007, p.111), o processo de precarização do trabalho e a constituição do precário mundo do trabalho fazem parte do novo sócio-metabolismo do capital e atinge países capitalistas centrais e periféricos, como o Brasil, neste último, não obstante, a precarização do trabalho assume complexas dimensões, articulando dimensões que vão de nossa formação colonial “à nova ordem da mundialização do capital”.

Para Franco, Druck e Seligmann-Silva (2010), a desestabilização do mundo do trabalho deu-se, desde a década de 80, com demissões em massa que reduziram drasticamente os segmentos mais estáveis de trabalho juntamente com o aumento da multiplicidade dos estatutos de salários nas grandes empresas, compondo uma rede de trabalho precário. Alguns demitidos foram reintegrados sob variadas formas de terceirização ou outros tipos de vínculos contratuais precários (contratos temporários, tempo parcial, etc.) e outros, ainda permaneceram desempregados por longo tempo. Para as mesmas autoras, tudo isso compôs uma rede de novas relações de trabalho marcada pela precarização.

Para Antunes (2007), quase um terço da força humana disponível para o trabalho, em escala global, ou se encontra exercendo trabalhos parciais, precários, temporários ou já vivenciou a barbárie do desemprego. O autor assevera que mais de um bilhão de homens e mulheres padecem as vicissitudes do trabalho precarizado, instável, temporário, terceirizado, quase virtual, dentro de um universo moldado pelo desemprego estrutural.

BIBLIOGRAFIA:
(1) ALVES, Giovanni.  Dimensões da Reestruturação Produtiva: ensaiosde sociologia do trabalho. 2007. Londrina: Praxis; Bauru: Canal 6. 288 p.

(2) ANTUNES, Ricardo. Dimensões da precarização estrutural do trabalho. In: DRUCK, Graça; FRANCO, Tânia (organizadoras). A perda da razão social do trabalho: terceirização e precarização. São Paulo: Boitempo, 2007. p.13 a 22.

(3) FRANCO, Tânia; DRUCK, Graça; SELIGMANN-SILVA, Edith. As novas relações de trabalho, o desgaste mental do trabalhador e os transtornos mentais no trabalho precarizado. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. São Paulo. v.35. n.122. p.229-248. jul/dez. 2010.