quinta-feira, 24 de junho de 2010

RESENHA DA AULA 1 - TEORIA CRÍTICA DAS ORGANIZAÇÕES

Aula do dia 10/6/2010
Prof. José Henrique de Faria
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FAE – CENTRO UNIVERSITÁRIO
PROGRAMA DE MESTRADO INTERDISCIPLINAR EM
ORGANIZAÇÕES E DESENVOLVIMENTO – PMOD
DISCIPLINA: TEORIA CRÍTICA EM ESTUDOS ORGANIZACIONAIS – RESENHA 1º. ENCONTRO
Por Rossana Cristine Floriano Jost[1]
I.            Identificação da obra
FARIA, José Henrique de. Análise Crítica das Teorias e Práticas Organizacionais. São Paulo. Atlas, 2007. Capítulo: Os fundamentos da Teoria Crítica: uma introdução.
II.          Resumo da obra
A Teoria Crítica (TC) teve origem na escola de Frankfurt e pressupõe diferentes olhares, uma necessária condição multidisciplinar.
Trata-se de uma escola de pensamento derivada do Marxismo, com corpo conceitual definido e linhas de investigações próprias. Realiza estudos críticos, muito embora não se confunda com estes, que rompem com a tradição generalista, afirmando novos modos de interpretação da realidade, incluindo novos elementos nas análises, recusando o pragmatismo como finalidade e os métodos quantitativos como os únicos de caráter científico. TC não é pós-moderna e constitui-se além da economia, também o poder: uma Economia Política do Poder.
Estudos atuais indicam que é preciso investigar mais do que as racionalidades instrumentais, na vida das organizações. Aí entra a TC que exige um esquema teórico-metodológico dialético e que seja capaz de responder às questões que afetam o cotidiano dos sujeitos e valorizem o coletivo, acima da organização.
O problema central da TC é esclarecer em que medida as instâncias obscuras[2] e manifestas[3] dão conteúdo às configurações do poder nas organizações, enquanto construções sociais históricas, dinâmicas e contraditórias, nas quais convivem estruturas formais e subjetivas, manifestas e ocultas, concretas e imaginárias. Como as organizações definem seus mecanismos de poder e controle, mascarando o que não pode ser dito, no que é possível falar, criando um universo de racionalidades (ISO, PLANOS ESTRATÉGICOS) e subjetividades (RITOS, SÍMBOLOS, IMAGINÁRIO).
Sobre a crítica: a simples crítica fundamentada já se constitui em um grande avanço em diversas situações, porque coloca o problema para o qual uma ação coletiva é convocada a se organizar (p. 4). Existem muitas formas de tratar a crítica, muitas vezes ligados à convicção do intérprete[T1] . Ser crítico, em muitas ocasiões não pressupõe usar a razão, buscar a verdade, questionar a realidade, ir além do visível, no entanto são imperativos que qualificam o pensamento crítico.
A TC não é completa e definitiva e também não caracteriza o inconformismo. Pretende denunciar a repressão e o controle social a partir da constatação de que uma sociedade sem exploração é a única alternativa para justiça, liberdade e democracia. Fundamenta-se em critérios específicos para análise social, que buscam questionar e transformar a realidade social, amparados no entendimento das relações sociais e do sujeito e sua inserção nestas relações, nos grupos e nas organizações.
Características da TC:
(a)  Contradições – conseqüências naturais de uma sociedade que constrói/destrói, conforme as condições materiais de existência;
(b)  Ideologia Dominante – fragmenta a compreensão, parcializa a consciência, “prisão social” impossibilita o indivíduo de compreender sua própria existência história;
(c)  Racionalidades Dominantes – legitimam valores morais de grupos sociais que tentam manter seus privilégios, mascarando a realidade que venha a colocar em perigo as relações de poder;
(d)  Contexto social-histórico – fatos não mudam mas a percepção que se tem deles sim. Novos questionamentos podem ser promovidos;
(e)  Emancipação – busca da autonomia do indivíduo e sociedade que desempenha papel ativo sobre as questões de interesse coletivo – consciência de sua própria existência;
(f)  Conscientização individual e coletiva – consciência que o indivíduo tem de si e dos outros,  sustentada por sentimentos que amparam o agir, a partir da razão. Compreender a realidade é fundamental para a formação da consciência (sem ilusão);
Ciências e conhecimento balizados pela ordem do capital, e disponíveis para poucos. O coletivo cedendo lugar ao individual. Nesse cenário, a TC pretende expressar a emancipação dos indivíduos e promover a conscientização crescente da necessidade em que os interesses coletivos sobreponham os individuais e que os indivíduos sejam sujeitos de sua própria história. O que legitima a TC é a consolidação da consciência coletiva, na primazia do real com ênfase no trabalhador e no trabalho centrado como elemento de emancipação[T2] .
A economia política do poder é a forma que a TC assume, que trata de compreender a interação entre o movimento da sociedade e do estado capitalista contemporâneo e as lógicas internas da dinâmica organizacional, interação contraditória, paradoxal e jamais definitiva, que contemplam as realidades manifestas e ocultas, como suas interações com a totalidade social, igualmente complexa e contraditória.
 Marca da TC: coerência epistemológica.
Cognitariado[T3] : trata-se de um trabalhador que integra pensamento e ação, mas que também cria, produz conhecimento útil para a organização capitalista. São trabalhadores que agregam um outro tipo de valor aos produtos ou aos processos de produção e gestão.




[1] Pedagoga com especialização em Psicologia do Trabalho (UFPR) e MBA em Marketing (IBMEC); Mestranda da FAE. rossanaflor@gmail.com.
[2] Bastidores da organização – relações subjetivas – inconsciente individual.
[3] Regramento – estruturas.


 [T1]O que se vê nas empresas é a “dança dos milindres”, onde quem ousa criticar, deve ter uma melhor solução como “carta na mão”. Como contextualizar a teoria crítica nesse espaço (ou falta de espaço)? Qual a diferença de criticar uma estratégia de gestão ou um procedimento operacional?

 [T2]Será que o homem/trabalhador está preparado para se emancipar? Será que ele sabe o que é isso? Será que ele “quer” isso? Ou prefere a boa vida material que seu emprego-racional-instrumental proporciona?

 [T3]Seria uma espécie de “proletariado intelectual”? Aqui podíamos incluir os trabalhadores do setor de serviços? E os mecanismos de controle passariam pelo seqüestro da subjetividade?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Palestra do TECPUPR - Junho/2010

Divulgação do livro ACOSSO LABORAL no curso técnico de secretariado da PUCPR, para a turma da profa. Juliana Saito,
dia 01/06/2010.



























sábado, 6 de março de 2010

Palestra Dr. Roberto Heloani

No último dia 3 de março, tive a grata satisfação de, novamente, “ouvir” o prof. Roberto Heloani, em palestra no Sindicato dos Bancários, aqui de Curitiba. Relato aqui, minha leitura de suas palavras, sempre tão oportunas e pontuais.

Como a forma mais abrangente de pensar (e repensar) o Acosso, o Assédio Moral, sobretudo quando damo-nos conta de que não se trata mais de uma atitude individual, tão somente. É muito pior: vem da organização do trabalho.

A frenética rotina imposta pela tecnologia, com cada vez mais cobranças, sobretudo de rapidez, aprisiona o ser humano na angustiante sensação de “não dar tempo”, obrigando-o a correr cada vez mais, num ciclo desvairado de produção.

E neste cenário, não se percebe mais as questões de relacionamento humano. Sim, sim... a dignidade humana é fator esquecido neste país. A ambigüidade das relações tornou-se “moeda de troca” no mundo corporativo.

Todos nós temos como cultura de berço, o “adestramento” para o operacional. Sem exceções, infelizmente. Não fomos ensinados a pensar, a refletir. Portanto, os valores passam a ser descartáveis e, com isso, a inexistência de princípios, de ética.

O mundo corporativo premia o resultado. Desconsidera o processo. Os fins sempre justificarão os meios. É proibido refletir. É permitido assediar.........

O ser “dito” humano assedia por não refletir, por não ter valores reais. E aceita ser assediado, acossado, pelos mesmos motivos.

O Assédio Moral é uma conduta abusiva gravíssima que até pode começar numa simples brincadeira de mau gosto, muito embora esta por si só não se configure como assédio. Mas é terreno fértil para tal.

Às vezes, pequenas deixas (e que podem se transformar em hábitos coletivos) permitidas no ambiente de trabalho, cujo estereótipo é do tipo: “Aqui nosso clima é descontraído. Todo mundo brinca. Vê aquele cabeça de bagre ali? Ainda não terminou o relatório!...” podem fomentar o assédio moral. A cultura brasileira é muito permissiva a certas liberalidades.

E quando o assédio é institucional? Terrível! Uma verdadeira desestabilização emocional em massa.
Nos conflitos (tidos por muitos como saudáveis), a verdade é que ninguém quer resolver. Querem é “destruir” o oponente.

E por falar em “terrível”, o número de casos de assédio moral aumentou, inversamente proporcional ao número de denúncias do mesmo.

E, neste sentido, o prof. Heloani enfatizou muito a “ação em grupo”. Só ela legitimaria mais a denúncia.

De qualquer forma, o Assédio Moral é um problema organizacional. Se existir pelo menos um perverso na empresa, é sua obrigação neutralizar o mal. O bem de todos deve ser a tônica, indubitavelmente.

O Assédio Moral é perverso em sua própria essência. Mas que combatê-lo, é preciso promover um bom ambiente de trabalho.

Finalizando, uso novamente a sensibilidade de Nando Poeta:

“A melhor resposta é ter boa organização
Buscar a todo momento, a plena informação
Também se preciso for, fazer mobilização.

Chega de humilhação, assédio moral é crime
Não baixe sua cabeça, levante a bola do time
Com solidariedade, enfrente que lhe oprime.”

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O perfil do ACOSSADOR

É certo que a violência faz parte da própria condição humana, como o amor, o ódio, o poder, a submissão, o orgulho, a inveja e tantas outras facetas da personalidade.

E também é certo, segundo Marie-France Hirigoyen, que “toda pessoa em crise pode ser levada a utilizar mecanismos perversos para defender-se[...]". Neste caso, ela foi simplesmente uma “má pessoa” em um certo momento.

O sujeito perverso, ao contrário, tem esses comportamentos como estratégia de utilização, e depois de destruição do outro, sem a menor culpa.

São psicóticos sem sintomas, que encontram seu equilíbrio descarregando no outro a dor que não sentem e as contradições internas que se recusam a perceber. Sentem-se impotentes diante da solidão, por isso agarram-se à outra pessoa, como verdadeira sanguessuga.

Na opinião do prof. Zeno Simm, o acossador é “um psicopata agressivo e perigoso, cuja segurança e autoestima se nutre do dano e da humilhação que pode ocasionar aos outros, decorrendo, ainda, satisfação emocional do processo”.

O acossador geralmente tem um senso grandioso da própria importância, é absorvido por fantasias de sucesso ilimitado de poder, acredita ser especial e único. Todos lhes devem algo. Precisa ser admirado. Age como um vampiro. Jamais é responsável por algo, jamais culpado: tudo que acontece de mau é sempre culpa dos outros”. Vazios e irresponsáveis. Nunca estão onde se os espera, por isso nunca são apanhados. Escondem-se e jogam seus erros e limitações nos outros dos quais fala mal e os faz passar por “ruins”.

Sentem inveja daqueles que parecem possuir coisas que lhe faltam ou que simplesmente sabem extrair prazer da vida. Seu prazer é ainda maior quando consegue que o grupo veja a fraqueza do outro. A vítima sente-se desarmada e tenta justificar-se, como se fosse realmente culpada.

Heinz Leymann 
classifica o acossador como “um assassino em série que amedontra suas vítimas até eliminar todo o indício de dignidade das mesmas”, mas que “não está louco, é um indivíduo sensato, racional e muito inteligente que se diferencia de outras pessoas por alguns fortes traços de personalidade como impulsividade, irresponsabilidade, egocentrismo e falta de empatia”.

Não experimentam qualquer escrúpulo de ordem moral. Bons em fazer política na organização e hábeis em decisões difíceis e criar polêmicas. E por serem destrutivos, são inseguros quanto à sua competência profissional e podem, às vezes, mostrarem-se paranóicos. Tem dificuldade de admitir críticas, aparentando hipersensibilidade, dando “chiliques” exagerados, com intuito de supervaloriizar seu trabalho.

Ambiciosos e invejosos, esses indivíduos procuram aproveitar-se do trabalho alheio, sugando energias e realizações de outros para montarem uma pseudoimagem de si próprios: verdadeiros “salvadores da pátria”, os “guardiões das organizações” e não toleram o sucesso de seus subordinados (muito embora mostrem falsa satisfação), não titubeando em “puxar-lhes o tapete”, ou seja, enfraquecê-las ou eliminá-las da organização.

Em resumo, pessoas que se sentem ameaçadas e que não tem grandes princípios, com fragilidade de caráter, aliados a um ambiente contaminado, podem tornar-se acossadoras. Elas dão o que têm de pior.

Evento ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO – inclusão ou reclusão?


As transformações tecnológicas, econômicas, sociais e culturais ocorridas nos últimos tempos afetaram sobremaneira o mundo do trabalho, tornando o ambiente profissional suscetível à fragilização e à precarização das relações entre patrões e empregados.
Consequentemente, os trabalhadores foram obrigados a se submeter a uma dedicação exaustiva e aprisionante, condições que interferem diretamente em sua saúde e “bem viver”. Diante deste quadro, é evidente que a criação de ambientes humanizados e de inclusão profissional faz-se cada vez mais necessária.
É para discutir essa questão que o Sindicato dos Bancários de Ctba e região promove seu I Ciclo de Debates, marcando também o Dia Internacional de Conscientização sobre as LER/Dort (28/02) e Dia Internacional da Mulher (08/03), no Espaço Cultural e Esportivo dos Bancários.
Entre os temas de discussão está: saúde do trabalho, assédio moral, LER/Dort, inserção da mulher no mercado de trabalho.
QUANDO?
Dias 3 e 4 de março, das 13h30 às 21h00.
ONDE?
Auditório do Espaço Cultural e Esportivo dos Bancários
Rua Piquiri, 380 (vindo pela Eng. Rebouças, passando a João Negrão, a primeira à direita)
QUANTO?
R$ 40
ATÉ QUANDO POSSO ME INSCREVER?
01 de março.
COMO?
Fone: 41 3015-0523

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Participação no programa AQUI TEM NA TV (5/NET ou 72/TVA)


Entrevista ao apresentador Barrichelo, em 17/12/2009.
Rossana divulga seu livro, ACOSSO LABORAL NAS ORGANIZAÇÕES – Uma realidade velada, sobre o Assédio Moral no ambiente de trabalho.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Participação no programa AQUI TEM NA TV (5/NET ou 72/TVA)


Entrevista ao apresentador Barrichelo, em 17/12/2009.
Rossana divulga seu livro, ACOSSO LABORAL NAS ORGANIZAÇÕES – Uma realidade velada, sobre o Assédio
Moral no ambiente de trabalho.