sexta-feira, 8 de outubro de 2010

AULA 2 - ORGANIZAÇÃO E COMPORTAMENTO


FAE – CENTRO UNIVERSITÁRIO
PROGRAMA DE MESTRADO INTERDISCIPLINAR EM
ORGANIZAÇÕES E DESENVOLVIMENTO – PMOD
DISCIPLINA: ORGANIZAÇÕES E COMPORTAMENTO – Profª. LIS SOBOLL (RESENHA 2º. ENCONTRO)
Por Rossana Cristine Floriano Jost
I.                    Identificação das obras
ENRIQUEZ, E. O homem do século XXI: sujeito autônomo ou indivíduo descartável. RAE - Revista Administração de Empresas. São Paulo, v5,  n.1,  Art. 10, 14p. jan/jun. 2006.  Disponível em http://www.rae.com.br/eletronica/index.cfm?FuseAction=Artigo&ID=4263&Secao=PENSATA&Volume=5
&numero=1&Ano=2006.  Acesso em: 16 setembro 2010;
SENNET, R. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999.
II.                 Percepções da aluna
(1) Sobre o livro de Sennet:
Capítulo 1 (Deriva)
O capítulo mostra as diferenças históricas entre um tempo considerado linear, quando era possível às pessoas serem autoras de suas próprias vidas, serem possuidoras de um senso de objetivo e capacidade de estabelecer vínculos de longo prazo, com comprometimento e confiança, e a atualidade, cujo tempo “repousa” sobre uma montanha russa, regido por uma nova economia que alimenta a experiência com a deriva do tempo (sobretudo a deriva emocional, as mudanças), que promove relações superficiais, instáveis, de curto prazo, corrosivas ao o caráter e às qualidades que ligam os seres humanos uns aos outros, dando a cada um deles um senso de identidade sustentável.
O sentido do trabalho mudou. O grito de independência do assalariado (agora consultor) que almeja trabalhar através de contratos, na ilusão de que é “dono de seu próprio nariz”, é sufocado pelas exigências da nova realidade. Seu patrão apenas mudou de nome: agora se chama “cliente”. Os empregos estão sendo substituídos por projetos e as empresas terceirizam pequenas tarefas, outrora executadas em suas instalações.
O autor discute o lema “não há longo prazo” sendo que, nessa visão, o mercado não permite mais que se façam coisas do mesmo jeito ano após ano.  Pelo contrário, tornou-se dinâmico, faminto de mudança: capital impaciente e desejo de rápido retorno. Assim, as empresas foram reestruturadas, eliminando camadas de burocracia, tornando-se planas e flexíveis. Neste contexto, tudo o que demora, é disfuncional.
A precariedade genuína das comunicações (muito embora tecnicamente mais avançadas), a área residencial utilizada apenas para dormir, a vida social mergulhada na superficialidade e o aspecto fugitivo de amizade, caracterizam uma desorganização social, afetando, inclusive, a família. “Não há longo prazo” é um princípio que corrói a confiança, a lealdade e o compromisso mútuo. Esse tipo de laço social leva tempo para surgir, enraizando-se devagar nas brechas das instituições.
As redes institucionais modernas se caracterizam pela força dos “laços fracos”, ou seja, as associações passageiras são mais úteis que as ligações de longo prazo (a lealdade deixou de ser atraente). Os “laços fortes” dependem da disposição de se estabelecer compromissos uns com os outros. “O distanciamento e a cooperatividade superficial são uma blindagem melhor para lidar com as atuais realidades que o comportamento baseado em valores de lealdade e serviço” (p. 25).
O desafio passa a ser: conciliar o comportamento que traz sucesso neste contexto com os valores familiares, evitando que essas relações sucumbam ao comportamento de curto prazo, ao espírito de reunião e à fraqueza da lealdade e do compromisso. Esse mesmo comportamento de sucesso, por outro lado enfraquece o caráter de um modo para o qual não há remédio prático.
Capítulo 3 (Flexível)
Chamou-me atenção a forma como o autor lida com a palavra “flexibilidade”, do seu sentido etimológico à vinculação com a compreensão do comportamento humano. E termos gerais, o texto aponta a flexibilidade designando a capacidade de ceder e recuperar-se da árvore.  Analisando a questão do ponto de vista do comportamento humano, o autor coloca que o homem deve ter igualmente essa força tênsil, ou seja, ser adaptável a circunstâncias variáveis, mas não quebrado por elas. Evidencia a criação de instituições flexíveis de forma a poder “dobrar as pessoas”.
A nova economia política que respaldou a repulsa à burocracia e a busca da flexibilidade, entretanto, produziu novas estruturas de poder e controle e consiste em três elementos:
a) Reinvenção descontínua de instituições – Trata da ruptura (quase irreversível, no meu entender) da forma com que tudo acontece nas organizações, na busca de uma reinvenção decisiva e irrevogável, descontinuando o presente do passado. Mais ou menos um divisor de águas. Para tanto, o autor coloca a adoção da tecnologia como forma de ampliar o controle sobre um maior número de subordinados, por um menor número de administradores (desagregação vertical). A reengenharia (fazer mais com menos) implica redução de empregos e estabelece uma relação direta com a desigualdade. Entretanto, na maioria das vezes o processo de reengenharia fracassa, porque com a redução de pessoal, as empresas tornam-se disfuncionais, os planos comerciais são descartados, os benefícios esperados duram pouco, enfim, a organização perde o rumo. As mudanças revelam-se incongruentes e divergentes (até conflitantes). Entretanto, essas experiências de ineficiência e desorganização não significam que essas mudanças radicais não façam sentido, nem que seja pelo preço das ações, que dispara em instituições em processo de reorganização (como se qualquer mudança fosse melhor do que permanecer como antes).
b) Especialização flexível de produção – O objetivo é colocar, cada vez mais rápido, uma variedade maior de produtos no mercado. Piore e Sobel (p. 59) chamam este sistema de “estratégia de inovação permanente: adaptação à mudança incessante, em vez de esforço para controlá-la”. É a antítese do sistema de produção incorporado no fordismo. Outros autores enfatizam a importância da inovação em resposta à demanda do mercado, mudando-se as tarefas semanais, e às vezes até diárias, que os proprietários têm que cumprir. Naturalmente, a tecnologia assume importante papel nesse tipo de produção, bem como a rapidez das comunicações modernas que fornecem sempre informações atualizadas de mercado. As tomadas de decisão devem ser mais rápidas, e num grupo de trabalho pequeno (a distância burocrática não serve nesse modelo), mas o principal ingrediente é a disposição de deixar que as mutantes demandas externas determinem a estrutura interna das instituições. Por fim, a operação da produção flexível depende de como uma sociedade define o bem comum.
c) Concentração de poder sem centralização – Essa terceira característica do regime flexível aborda, primeiramente, a descentralização do poder (pessoas das categorias inferiores com mais controle sobre suas atividades), afirmação que não é legítima, uma vez que há vários indicadores que denunciam a não descentralização desse processo (SIMS, desagregação vertical, eliminação de camadas, etc.). A sobrecarga administrativa de pequenos grupos de trabalho com muitas tarefas é característica freqüente da reorganização empresarial, cuja economia da desigualdade acrescenta novas formas de poder desigual, arbitrário. O autor utiliza o exemplo de montagem de um computador de marca famosa: uma colagem de peças e montagens parciais, com marca representando, no máximo, um enquadramento final do todo – um símbolo vazio. A grande empresa tem seu poder nas empresas dependentes - relações desiguais instáveis – concentração sem centralização, cujo controle é instituído aplicando-se metas de produção, em geral de difícil cumprimento, como uma forma de pressionar as unidades a produzir muito mais do que sua capacidade imediata. Por fim, é uma maneira de transmitir a operação de comando numa estrutura que não tem mais a clareza de uma pirâmide.
Capítulo 6 (Ética do trabalho)
Neste capítulo, o autor reflete sobre a ética do trabalho, como uma arena em que mais se contesta hoje a profundidade da experiência, bem como a desorganização do tempo. “As superficialidades da sociedade moderna são mais degradantes que as superfícies e máscaras da arte” (p.117). Não há trajetória temporal, numa economia política continuamente replanejada e de curto prazo. Além disso, as pessoas sentem falta de relações humanas constantes e objetivos duráveis. A ética do trabalho, tal qual a entendemos, afirma o uso autodisciplinado de nosso tempo e o valor da satisfação adiada. Isso depende de instituições relativamente estáveis para que se possa praticar o adiamento, que perde seu valor num cenário de um regime cujas instituições mudam rapidamente: trabalha-se arduamente e por um longo tempo, para um patrão que só pensa vender o negócio e subir. Nos tempos da “velha ética”, as pessoas tentavam provar seu próprio valor pelo seu trabalho. Sua seriedade impunha pesados fardos ao eu trabalhador, pois se baseava nas práticas voluntárias, auto-impostas e no uso autodisciplinado do tempo.
Hoje, a moderna ética do trabalho concentra-se no “trabalho em equipe”, celebrando a sensibilidade, exigindo aptidões delicadas, seres cooperativos (entre outras) na plena disposição de adaptação às circunstâncias. “O trabalho em equipe é a ética do trabalho que serve a uma economia política flexível”. Na verdade, é a prática de grupo da superficialidade degradante que assedia o moderno local de trabalho. Na verdade, o trabalho em equipe encena as relações humanas como uma farsa. Os grupos tendem a manter-se juntos ficando na superfície das coisas, evitando questões difíceis, divisivas, pessoais. Trata-se de uma cultura da imagem e sua informação e previsibilidade e confiabilidade são traços de caráter menos destacados, sem base firme.

Capítulo 7 (Fracasso)
O capítulo reflete sobre a questão do “fracasso”. A literatura popular é repleta de receitas de “formas de vencer”, mas absolutamente calada quanto a como enfrentar o fracasso. Para o autor, aceitar o fracasso, dando-lhe forma e lugar na história de nossa vida, talvez seja uma obsessão interior nossa que nunca discutimos com os outros. Tememos falar abertamente, o que faz com que isso se torne maior, reiterando a bruta frase interior: “Não sou bom o bastante”. E este universo vem crescendo, atingindo também a classe média, sobretudo com a derrocada das empresas em função das reengenharias, reorganizações disfuncionais, etc., verdadeiras tragédias súbitas (e que nos primeiros tempos do capitalismo, pertenciam mais às classes trabalhadoras). A estrutura do mercado é competitiva e predispõe ao fracasso grande número de pessoas educadas. A própria oposição entre sucesso e fracasso é uma maneira de não aceitá-lo. Há uma tendência de que, se temos provisões materiais suficientes, estaremos imunes a sentimentos de insuficiência ou incompetência, como se fosse possível avaliar em dólares os sentimentos de fracasso. Como por exemplo: não realizar alguma coisa valiosa em nós mesmos, não viver mais do que simplesmente existir são fracassos “não mensuráveis materialmente”. 
Sobre carreira: o desejo de status ou de carreira é antigo, bem como o senso de que as carreiras desenvolvem nosso caráter (mais que os empregos). A pessoa que segue uma carreira define objetivos de longo prazo, seus padrões de comportamento bem como a responsabilidade por sua conduta. Além disso, as pessoas estavam convencidas de que o conhecimento técnico podiam ajudá-las a formar fortes histórias de carreira e com isso assumir um controle mais firme sobre suas vidas. O exemplo da IBM e dos demitidos em 1993, lembra-me um pouco do que vivi desta crise.

 (2) Sobre o artigo de Enriquez:
Enriquez reflete sobre o desfacelamento do vínculo social e sobre uma violência que suprime o sentido da vida, para o indivíduo.
Analisa historicamente, a evolução (ou involução?) da trajetória do indivíduo que, nos séculos XIX e XX, podia ainda tornar-se um sujeito autônomo, senhor de sua história, sujeito de direito (psíquico e moral) e de suas ações. Um indivíduo considerado e respeitado pelos outros, sob proteção de uma lei semelhante para todos. Hoje enfrenta três problemas fundamentais: a) reino do dinheiro; b) aumento do poder do estado; e c) retorno à identidade do grupo de pertencimento, que pode o condenar a um futuro de escravidão.
Principais conceitos:
Sujeito psíquico: a partir da psicanálise, descobriu-se a divisão estrutural do sujeito, o que pressupõe uma atividade psíquica e continua. “Ser reconhecido como sujeito psíquico é ser respeitado em seu fórum interior, no seu trabalho de pensamento, na sua atividade de sublimação, bem como é aprender a se defender da fantasia da dominação”, sobretudo, se percebido como alguém fragmentado, submetido à perda, à falta, ao luto e ao sofrimento. O sujeito psíquico é um ser que reconhece suas contradições e seus conflitos, sabedouro de que não é o dono absoluto de sua própria casa, no entanto é capaz de fazer de suas falhas o trampolim para a condição de sujeito humano e social. Para Enriquez, o homem está no caminho de sua autonomia, não tendo mais necessidade de grandes transcendentes para conduzir sua própria vida.
Racionalidade Econômica: Enriquez faz reflexão sobre o triunfo da racionalidade instrumental, a partir do século XIX e cujo interesse vincula-se aos meios a serem utilizados, respondendo somente à questão: como? Jamais à questão: por quê? Isso é o retrato da racionalidade econômica que permite o cálculo dos melhores meios e dos melhores métodos, cálculo de custos e de vantagens, que submete todos ao reino do dinheiro. Sinaliza, pois, uma forma de pensamento e ação perversos, que enaltecem as desigualdades, a ponto de intimidar e rebaixar os menos afortunados, para “usá-los como instrumentos de seu próprio gozo”. O mundo tornou-se sádico: antigos valores como mérito, trabalho e honra, entre outros, foram desvalorizados em prol de um único valor: o dinheiro. Com isso, um novo impulso foi dado a essa tendência pela predominância das estratégias financeiras. Dinheiro criando dinheiro, sem passar pela mercadoria, pela produção, pelo desenvolvimento. É a especulação financeira colaborando para o aumento das desigualdades  e intensificação da guerra econômica.
Enriquez considera que as consequências da racionalidade econômica, em nível coletivo, passam pela dissolução do vínculo social, competição exacerbada, devastação do planeta, enfraquecimento dos movimentos sociais, diminuição das lutas sindicais. Em nível individual, existe uma crescente importância das empresas que almejam serem “instituições divinas” e que têm como conseqüências o fato de as pessoas desejarem se identificar a elas, idealizarem-nas, absorvendo os valores como seus, com isso transformando-se em instrumentos submissos e dóceis, porque, de fato, acreditam no discurso gerencialista (sobretudo quando se sentem assim) que os coloca como sujeitos a caminho da autonomia. O autor refere-se à psicologização dos problemas: o fracasso organizacional é sempre de responsabilidade do indivíduo. Este, por sua vez, está sempre em situação de prova, de estresse, muitas vezes valendo-se de excitantes ou tranqüilizantes para dar conta da situação. ENRIQUEZ (2006) chama de “civilização do dopping”. Quando o indivíduo não é mais útil à empresa, ele é descartado, apesar dos esforços.
A racionalidade instrumental e as estratégias financeiras atingem o objetivo: utilizar o sujeito, que acredita ser autônomo, para explorá-lo e aliená-lo, de uma forma que o próprio sujeito colabore com isso. Torna-se utensílio manuseado pelos dominantes, dotados de perversidade e paranóia e com grande gosto pelo poder desmedido.  A perversão se dá de forma ativa (utiliza os demais os tornando dependentes e submissos) ou passiva (apáticos, não sentem emoção. Insensíveis, podem eliminar qualquer um, sem sofrer incômodo). De qualquer forma, esses indivíduos são hostis aos não-conformes, contribuindo para a triste tendência do mundo atual: crescimento do desprezo, generalização da desconsideração, desrespeito, recusa das diferenças.
Aumento do poder do estado: o indivíduo é submetido às vontades de seu Estado. Deve respeitar e submeter-se a todas as leis (mesmo as mais arbitrárias e mesmo se estiver numa condição de “cidadão de segunda classe”).  Também é submetido à vontade do estado em fazer guerras às demais nações ou às suas próprias determinações. O homem deve ser e querer ser  um guerreiro: realizar um trabalho necessário à nação, preservá-la de outras, permiti-la ganhar. O Estado pode exigir dele total identificação com seus valores e definir quem tem o direito e o dever de fazer parte do Estado-nação e quem deve ser descartado. “Aquele que não é incluso no discurso do amor comum não é digno de viver”. Assim, o homem dito autônomo, sagrado dos tempos modernos, pode vir a ser um indivíduo não sacrificável, entretanto passível de ser morto sem sanção. Pode ser rebaixado à condição de sub-homem. O homem, portanto, pode ser totalmente sujeitado. Quanto aos dominantes, cresce a tentação de paranóia e perversidade. O que torna o sujeito menos dominado pelo estado, o sujeita ao dinheiro, que o transforma em mero consumidor e “mercenário”.
Retorno à identidade:
Reação coletiva – muitas pessoas tentam encontrar suas raízes: retorno a terra, às músicas, à linguagem local. Trata-se de reencontrar um convívio, o prazer de estar junto, de conversar longamente, uma reação normal e sã que tem por objetivo restaurar um mundo passível de ser vivido entre irmãos. Mas há o perigo de um retorno a um nacionalismo virulento, renovação dos integrismos religiosos, proliferação de seitas, de guetos, gangues de bairro, etc. O comunitarismo afasta os homens uns dos outros e pode fazer renascer o “narcisismo das pequenas diferenças”, nas palavras de Freud (1930).
Reação individual – reconhecer-se como sujeito é essencial, mas voltar-se somente para sua identidade, indiferente aos outros é mortífero, pois coloca o homem fora da espécie humana, não participando mais do trabalho da civilização. Enriquez, entretanto, é otimista quanto à “salvação destes perigos”. Por exemplo, a família ainda é um lugar de calor e intimidade e, portanto, passível de ser reconstruída. Os movimentos sociais engajados que questionam a sociedade atual (mesmo que não se possa ter precisão das conseqüências de suas ações) não deixam de existir e de fazerem-se ouvir. O autor entende que se trata de uma lenta, mas real renovação da sociedade civil. Não se pode pedir tudo ao Estado, então é preciso por as mãos na massa, individual e coletivamente. O indivíduo não deve se perder no coletivo, deve manifestar sua individualidade e trabalhar com outros para construir algo. Nada pode ser feito sem envolvimento individual forte nas ações políticas.
Renovação da ética – para Enriquez, isso passa mais uma prescrição do que propriamente princípios reguladores. É preciso ter informações e discutir os problemas de forma verdadeira, no espaço público, o que não acontece. Então, o indivíduo começa a perceber que pode encontrar saídas, interrogando a si próprio sobre suas capacidades, limites, mortalidade, etc. Os seres humanos estão em busca de sentido (o que os difere dos animais programados). Essa interrogação possibilita ao sujeito dar-se conta da identidade dos problemas que se defronta. Quando faz isso coletivamente, pode pensar novos projetos, construir novas instituições, discernir sobre as regras, etc., para um dia talvez formar um paradigma social e humano. A renovação da ética, a emergência de reencontrar a alegria em trabalhar e viver junto, o desejo da amizade, a liberdade, a igualdade e a fraternidade podem reconstruir o tecido social. As sociedades não podem se fundar nem perdurar sem um mínimo de prazer. Entretanto, o vínculo social não se construirá sem nossa vontade. 

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