segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Preparando a viagem para Maringá

Amanhã à tarde, estaremos na estrada: Arlete, Rafa, Thais e eu.

Quatro colegas rumo à Maringá (PR), na I Jornada Internacional de práticas clínicas no campo social. O evento contará com as presenças de não menos que Vincent de Gaulejac e José Henrique de Faria.

Neste espaço, apresentaremos nosso artigo (pelas mãos da colega Thais):


SEQUESTRO DA SUBJETIVIDADE E O PROGRAMA DE TRAINEE NAS MELHORES EMPRESAS PARA SE TRABALHAR


RESUMO

Entende-se como sequestro da subjetividade o processo de apropriação planejada da concepção de realidade do sujeito, por parte da organização, de forma sub-reptícia, furtiva e às ocultas. Este processo priva a liberdade do sujeito de se apropriar da realidade e ordenar seu próprio saber, ficando a mercê dos saberes e valores da organização, através de um tipo hábil de manipulação de comportamento, capaz de seduzir e envolver as pessoas. Considerando as teorias Economia Política do Poder e Psicossociologia, foram analisados 14 dos programas de trainee das empresas consideradas as melhores empresas a se trabalhar, com o propósito de descrever o processo de sequestro da subjetividade nestas práticas organizacionais. No estudo foi identificado que os programas de trainees introduzem e familiarizam o jovem ao modelo e aos valores da empresa, a partir da promessa de carreira, sucesso e de pertencimento. Entretanto, as promessas adjacentes aos programas, vão além dos aspectos profissionais, atingindo a subjetividade do trabalhador, criando uma ilusão de reconhecimento, bem como um sentimento de pertença e satisfação da demanda de amor. Observa-se que as mesmas promessas que pretendem desenvolver a condição profissional atuam como mecanismos de controle, fazendo com que o sujeito internalize os desejos e valores da empresa, tomando-os como seus. Assim, o controle da organização ocorre muito mais em um nível subjetivo que propriamente físico, num panoptismo que assegure o amor à empresa  e, consequentemente, os resultados da organização. Esta pesquisa conta com o apoio financeiro da Fundação Araucária.

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